IN (Eslováquia): "Já não confio em quase ninguém"

Avril Lavigne: "Já não confio em quase ninguém"

IN: Tem afastado os jornalistas - eles desiludem-na muitas vezes?
Avril: Não estou propriamente a afastá-los, mas estou a tentar manter a minha carreira e publicidade nas minhas mãos. prefiro quando posso dar uma entrevista por vídeo. Aí eu sei que o que quer que diga soará da maneira que o disse e ninguém pode distorcê-lo ou apresentá-lo erradamente.

IN: Obrigado por esta entrevista - por poder vir impressa...
Avril: Bem, nós conhecemo-nos há cem anos. Mesmo que inventasse algo sobre mim, ficaria feliz... E que achou do novo álbum?

IN: Se estivéssemos no Facebook, faríamos "LIKE".
Avril: Obrigada!

IN: Parece que está extremamente orgulhosa de Goodbye Lullaby…
Avril: Sim, este é o meu primeiro trabalho verdadeiramente de autora. Compus a maior parte das músicas sozinha, tentei evitar colaborações. Cheguei mesmo a viver várias semanas em isolamento – eu andava entre as pessoas, mas na minha cabeça estava ainda na minha música, nas estrofes, nos refrões e ainda imaginava como seria a capa do meu novo álbum. Mesmo enquanto o álbum não saia, tinha a cabeça cheia com como seria a minha digressão seguinte. Depois do meu primeiro concerto, desci do palco e comecei a planear o aspecto do meu DVD seguinte…

IN: Qual é maior mudança na tua música nova?
Avril: Boa pergunta! Isto pode parecer parvo para os que não estão informados, aqueles que conhecem What The Hell. Porque é a única música que cabe no conceito de “Avril Lavigne”. A maior parte das músicas de Goodbye Lullaby são acústicas. Este é o meu quarto álbum e, tenho a certeza, já era a altura de mostrar a toda a gente que já não sou a Avril de mente livre…

IN: Como é que resolves os teus problemas?
Avril: Às vezes irrito-me a sério. A maneira como o meu novo álbum esteve cheio de monólogos sem fim, diálogos e outras discussões. O meu publicista, inicialmente, tinha uma ideia diferente do que eu devia fazer. Tive de discutir com força e de fazê-los entender que, aos 26 anos de idade, não podia ser a miúda que ainda salta em palco e corta despreocupadamente o ar. Eu adoro rock ‘n’ roll – sem dúvida. Por outro lado, eu aprecio extremamente actuações a solo. Apenas eu e o piano. Apenas eu e a guitarra acústica. Ou apenas eu e o microfone.

IN: Nós definitivamente não somos os únicos que se surpreenderam por ter decidido pôr tantas baladas no novo álbum.
Avril: Veio por si mesmo. Sempre que componho uma música, toco guitarra. Depois de a música estar composta, recebe um contorno diferente. Os arranjos fazem muito. Contudo, neste caso, não queria fazer algo narrativo, não me apetecia. Estava pura e simplesmente fascinada pela orgânica que vinha das músicas. E queria que os ouvintes quisessem saber de mim, que soubessem que isto é realmente EU. E o que eles ouvem dos meus álbuns novos vem verdadeiramente de mim. Foi por isso que eu compunha sem querer saber do ponto de vista dos de fora. Não queria saber se as minhas músicas se iam safar na rádio ou se a minha música ia estar no TOP 40… E este sentimento deu-me asas. Os artistas não têm desafio maior do que a liberdade dos autores. Esse sentimento roça a euforia.

IN: Foi um desafio combinar trabalho antigo e novo num programa de concerto?
Avril: Pensei imenso nisso e, no fim, estou confiante. As minhas coisas antigas enchem a sério. Acredito que se fizer os meus fãs fartarem-se de rock ‘n’ roll, eles receberão e acordarão para a musicalidade e profundidade das minhas novas músicas. Até agora, o meu plano tem resultado.

IN: Como te sentes hoje?
Avril: Por um lado, sou uma mulher de negócios, que chefia música, perfumes, uma linha de roupas e actividades de caridade. Por outro lado, sinto-me como uma artista livre, que não deve nada a ninguém. Sinto-me livre, é este o estatuto correcto.

Fonte: Bandaids e http://a-lavigne.blog.cz/1105/avril-in-new-issue-of-slovak-magazine-in
Tradução: BG (AvrilPortugal)